DEITAÇÃO DE BRUÇOS


De bruços sobre o poema,
sempre,
de poema em poema,
até ao poema final:
quando estas dores,
quando estes espinhos,
quando estas ingratidões,
quando estes combates,
quando estes partos perpétuos da verdade,
quando estes lanhos d'alma,
[quando este país errado se tiver lavado de si mesmo

(se se lavar de todo!)],
quando estes pés, apontado para o alto,
rígidos,
dez vezes disserem da paz e do amor
e o amor e a paz não forem já palavras e pouco mais,
mas posse, rasgação de véu,
um Prado Novo, por cuja Porta, diva e santa,
se passa.

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