CÂNCIO: FÓRMULAS ESTALINISTAS DE SAÚDE E FELICIDADE


Este tipo de pensamento obtuso e selectivo da Câncio
no que toca à Lei e à Liberdade,
e que produziu recentemente em Portugal o aborto
- politicamente Sócrates chantageador - a pedido
e agora se prepara para a ditatura da saúde pela novíssima Lei do Fumo,
releva de um neo-estlinismo subjectivista e discricionário
que até parece termos de aturar sem muita luta
tendo em conta a lógica de uma moralizadora maioria sem moral
que agora nos rege
e de quem está na moda suportarmos
placidamente toda a espécie de malvadez,
volubilidade e falha de carácter
porque isto é Portugal, o povo é flácido,
e ninguém de responsabilidade se retracta mesmo,
mas faz de Valentim na hora H, muito verídico a mentir,
em nome dos altíssimos interesses da própria imagem,
da agenda internacional, da própria imagem na agenda internacional,
e de um putativo reformismo no terreno, reformismo consensualmente reconhecido,
embora tenha consistido afinal e basicamente
num semear da discórdia e do mal-estar
em todos os ramos de actividade e vida
do País, desesperando-o de cumulativos absurdos.
Este estado de coisas, no mínimo,

apela-nos a um sentido argumentativo e crítico mais afiado
porque a oscilação dos valores, das prioridades,
numa política deslavada e desalmada,
aqui, na Câncio, transformada em paleio,
é manifesta e preocupantemente grave:
o Estado quer que nos abstenhamos do exercício da vontade autónoma e livre
no uso do fumo, impondo-a, a essa abstenção,
o que não lembra ao Diabo, que, como se sabe,
nunca amou o livre-arbítrio,
mas os açaimes notórios ou subtis do agarrem-me
senão jogo, fumo, fodo, mato, bebo, aborto, injecto, aspiro.
Não se trata esta minha insatisfação verbalizada,
(eu, que não fumo senão um ocasionalíssimo cachimbo),
de qualquer contributo
para um assassínio de carácter,
mas do uso de um tom, destes meios e da persistência que,
caso os papéis se invertessem,
não deixariam de ser Sócrates usados
caninamente porque a ambição e a falta de escrúpulos, nele, como se sabe, não perdoam.
Quando o meu padrinho abandonou radicalmente o fumo,
após décadas de cigarro em riste,
adoeceu e morreu pouco depois
porque o tabaco era uma realidade simbiótica no seu organismo,
ao mesmo tempo que o matava, mantinha-o vivo.
Pergunto-me quantas vítimas causará o invasivo intervencionismo estatal,
como diz JPP, liberticida, nesta matéria,
começo de conversa para outras semelhantes.
Por que motivo a Europa se norte-americaniza tão claramente?

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