E QUE TAL SE OS POLÍTICOS PARASSEM COM ESTA MERDA PORQUE NÓS ESTAMOS A VER?


Um dos elementos fundamentais da retórica do Primeiro-ministro
é que “antes” não se fazia nada, não se decidia nada,
a oposição defendia sempre o contrário de hoje;
“agora” decide-se tudo, faz-se tudo, sempre com um “rumo” certo e seguro
que o PS sempre teve.
Quando ouço isto, só há uma pergunta que acho que deveria ser obrigatório fazer:
naquele preciso momento do “antes”
quais eram as posições que o PS e José Sócrates defendiam
sobre a matéria respectiva?

Para se reconstruir honestamente o mundo de “antes”
é vital saber o que é que eles defendiam “antes”.
E aqui a resposta é simples: o PS e José Sócrates defendiam o contrário de “agora”,
sendo que o “agora” é muito mais parecido com o que os outros defendiam “antes”.
“Antes” era a “obsessão do deficit”,
“agora” é o “rigor orçamental”;
“antes” era o “discurso da tanga”,
“agora” é “um momento muito difícil”;
“antes” era colocar os números antes das pessoas,
“agora” é a irresponsabilidade de colocar as pessoas antes dos números,
na saúde, na segurança social, na administração pública.
Esta retórica política é uma das coisas que mais desprestigiam a política em democracia.
PSD e PS pagam um preço significativo por essa retórica,
mas o actual Primeiro-ministro é de uma desfaçatez acima do comum
nesta forma de mentira.

JPP, no Abrupto.

Parece-me urgente que, por uma vez, os interesses reais do país
se coloquem em primeiro lugar
em vez de esta máfia alternante que coloca os interesses de poder e dinheiro
dos membros leais, fieis, caninos, do Partido
acima de qualquer coisa.
Neste particular, o primeiro-ministro
é do mais partidariamente siciliano
que se pode ser.
Ei-lo, mancomunado com os grandes-cada-vez-maiores,
fazendo política com e para os grandes-cada-vez-mais-ricos,
e relegando a questão social de convergência
e equilíbrio no bem-estar
para uma lógica completamente
darwinesca porque entregue
às leis da submissão e capitulação dos que vivem do trabalho em face de injustiças
apenas por necessidade de sobrevivência de pequenos
a quem nada mais resta que comer e calar.
Na verdade, governa-se maioritariamente melhor dividindo
e espalhando desigualdade.
Quando estão todos distraídos contra todos,
quem reina, reina impune melhor.

Serve a imagem do lixeiro como reflexo do clima do trabalho em Portugal,
esse homem, o tal que não terminou os estudos,
é o que ralha com o companheiro lixeiro,
exigindo-lhe mais rigor, empenho e perfeição
no acto artístico de recolher o lixo,
como se isso significasse um horizonte de progressão
e de esperança para alguma coisa além, apesar da dignidade da actividade.
Agora multipliquem isto por milhares de profissionais com estudos, cursos, ou sem eles,
subestimados e tratados abaixo de bicho pelo discurso subliminar
de certos ministérios, do governo como um todo:
sermos o paraíso dos baixos salários,
termos direito a quotas de Muito Bons,
Bons e outras avaliações futuras na Função Pública
determinadas por critérios financeiristas
e viciadas por cunhagens e interesses da mais imaginativa espécie.
Sócrates e o governo não estão somente interessados
em assimilar-nos ao sentido do trabalho e do social vigente nos Estados Unidos,
que é superliberal e determinado pela mais extrema competitividade.
Não!
Quer ainda ir mais longe e aproximar-nos dos critérios da potência emergente
no que diz respeito à escravidão de um povo em matéria de trabalho:
a China.
Sim, a China está mais conforme ao que laboral, social e humanisticamente
nos deveremos tornar,
segundo o presente 'grande e reformista' rumo do Partido Socialista:
uma nomenclatura partidária gorda e com grandes tranches de proventos
nos interesses económicos-chave em Portugal
e uma massa de povo apertado de produtividade escrava
usando fraldas, como as moças chilenas
nas caixas de um hipermercado qualquer chileno,
por não lhes ser dado que mijem ou caguem,
se lhes der vontade, durante as nove horas de trabalho contínuo.

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