MEGAMANIFESTAÇÕES DOCENTES PODEM ESTAR DE REGRESSO


"generalistas" e "insuficientes" as propostas apresentadas
hoje (ontem) pelo Ministério da Educação (ME)
em matéria de avaliação de desempenho entre outras,
pelo que não irá suspender para já as formas de luta previstas.»
lkj
Excluindo ter de levar com a terminologia gasta 'formas de luta',
que lembram mais posições kamassutrianas, no esforço por direitos
e a sua não degradação, que estratégias concertadas de acção reivindicativa,
(aí está, bem melhor expressão: estratégias concertadas de acção reivindicativa!)
a verdade é que o Maravilhoso Mundo Novo Negocial ME vs. Sindicatos,
coisa verdadeiramenta inédita, em três anos unilaterais,
não ata nem desata.
lkj
Quase consigo imaginar uma das partes autisticamente escutada pelo Ministério,
com a sua face hirta, firme, tesa, mesmo nos sorrisos que lhe sugeriram que esboçasse,
nos seus consabidos propósitos chilenos. Cheira bem. Cheira a negociação.
Mas todos sabemos, pelos imensos e-mails que nos chegam,
que a linha de curso do Ministério é,
tendo seccionado e categorizado a Docência em diversos níveis de dignidade,
vender barato a avliação chilena desde já dos mais precários
na carreira ou pré-carreira docente, em troca de cenouras remuneratórias
para colegas em posições de responsabilidade departamental e outras,
reduzindo-se depois tudo isto negocial aos tais dois aspectos principais
mencionados normalmente na simplista mercearia mediática:
«De acordo com o também secretário-geral
da Federação Nacional dos Professores (Fenprof),
o documento proposto pela tutela
não fazia qualquer referência à suspensão da avaliação de desempenho este ano lectivo
e sua experimentação no próximo,
nem à não aplicação do novo diploma sobre gestão escolar,
duas das principais exigências dos sindicatos para ser alcançado um acordo.»
lkj
Em suma, numa negociação bem fracturante,
maoísta e ministerialmente cheia de fissuras liquidatárias de pessoas
em posições admiravelmente contorcionistas na carreira ou pré-carreira,
e com a redução do défice como grande pano de fundo justificador
de todas as moções da tutela até ao momento, é natural que a Fenprof
não queira assumir o papel de Judas, vendendo colegas em troca do que quer que seja.
Em face de esse cenário, as megamanifestações
poderão estar magnificamente de regresso
assim como este chileno Ministério da Educação
ao prime-time dos blocos informativos e deliciosas flash-intervews
perpetuamente reiterativas de acção e firmeza,
perpetuamente minimizadoras da massa docente megadescontente,
perpetuamente perseguindo canina a própria cauda obstinada.

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