NEM JUSTIÇA NEM COMPAIXÃO


Nem justiça, nem compaixão!
As palavras assustam demasiado para serem usadas na sua torrente natural
de catastrófica inundação, Nilo de afectos. Em vez delas, só temos diagnósticos
por actos discursivos com razoabilidade e contenção,
só coisas muito compostas, bem escritas, nada que choque as nossas pretensões burguesas.
lkj
Mas eu, que estou bêbado, que literalmente me embriaguei muitas vezes
e ultimamente me embriago ainda mais que alguma vez,
porque é insuportável estar só,
porque é impossível suportar a aspereza de vida neste mundo,
porque as tresleituras dos outros, o puritanismo filho da puta dos outros,
tudo isso pesa, enterra, sentencia-nos à Merda,
e me embriago
com a Cachaça da Verdade - que seria da minha vida sem Caribé?! -,
eu, que sei que a Palavra é uma marreta de demolir,
de demolir a injustiça e a ausência de compaixão que intoxica tudo e todos,
estou aqui para vociferar aos quatro ventos com simulacros reais de intimidade,
sinceridades literárias de sinceridades vituais e íntimas,
que vos faltam colhões a todos para entender-me!
lkj
E só desejo demolir e demolir com ela, com a Palavra,
esse vosso paredão maricas de me não encarar e enfrentar e rejeitar à homem, cara a cara!
Covardolasmente, andais a fugir de mim como nenúfares e bailarinas do Ballet Bolshoi,
bullshitificando a transparência toda e o mundo harmonioso de caralho nenhum.
Os caminhos de Portugal e aqueles que Portugal trilha urgem-me
a um grito além cordas vocais!

Comments

KImdaMagna said…
Da minha parte não quero nem preciso entender-te.Nem a mim próprio me entendo.
Gosto sim da tua raiva e autenticidadenas as tais torrentes de palavras.
Ser aceite por muitos significa o vulgar o comum o putativo sucesso.Por outro lado estando comigo não sei o que é estar só, aliás abomino o grupo ,que é um imbuste de todo o tamanho.
Resumindo vejo criação na forma de expores os aziagos da condição humana e por isso felicito-te.
Aqui tenho sempre as lições da disciplina Português ,que rareiam à minha volta.

Xaxuaxo
Anonymous said…
essa da bullshitificação tá criativa.

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