NOVA ESCALADA VERBAL RÚSSIA vs NATO


Escalada é só verbal. Por enquanto. Esperamos que não passe disso,
quando estes senhores do mundo falam das consequências recíprocas das suas posições.
Em breve, quero crer, uns negócios feitos à pressa serenarão os ânimos
ou então um míssil convencional explodirá num ponto qualquer da Geórgia
serenando igualmente os ânimos com o silêncio da morte.
Os homens são bichos estranhos e nunca serenam os ânimos,
apesar de tanta morte. Quanto a mim, o estado de guerra alargada é iminente
e só mecanismos e corredores de diálogo avançados,
próprios da era em que vivemos, podem suster o desencadear da loucura.
lkj
A Rússia quer ser respeitada e levada em conta pelo Ocidente,
e sente-se irrelevante ao ver que no texto aprovado pela NATO nenhuma referência é feita
ao agressor inicial. Isso mais a forma como a Geórgia soube
precisamente com o seu gesto ofensivo
capitalizar a atenção do mundo e o braço protector europeu
remetem a Rússia a não pequena raiva.
Afinal despoletar a reação ou 'consequência' russa - uma ocupação fática da Geórgia -,
deu os frutos pretendidos no plano soberanista
e de afirmação de um desígnio internacional da Geórgia
na UE e na NATO, assim como o statu quo oficial dos territórios
da Abkházia e da Ossétia do Sul:
lkj
«“De que vale uma promessa, feita com base num documento
após contactos com os dirigentes da Aliança
quando essa promessa não foi cumprida?”, questionou Hoop Scheffer,
pressionando a Rússia a retomar as posições no terreno
que assumia a 6 de Agosto, antes do conflito com as tropas georgianas.
lkj
A Rússia reagiu de imediato à posição assumida pela diplomacia da NATO,
afirmando que Moscovo tirará “as conclusões que se impõem”.
“A Rússia não ocupa nenhum país e não tem a intenção em fazê-lo”,
declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov,
considerando que a declaração aprovada hoje em Bruxelas
“não tem objectivo e reflecte uma tomada de partido”.
Lavrov considerou que a falta de objectividade no texto da NATO
se verifica quando “não há uma palavra sobre como tudo começou,
porque aconteceu, quem começou a agressão
e quem armou a Geórgia”,
sendo esta última alusão uma referência directa
aos Estados Unidos.». [Público]

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