FREITAS E O FRETE, SPRAY OF SHIT


O Ministério da Propaganda tem recursos e estratagemas espantosos. Dentre as figuras falsamente venerandas de uma democracia da treta, membro destacado do velho clube filantrópico Acima de Tudo a Minha Pochete, Freitas do Amaral, a par de Mário Soares, leva a palma.Trinta e quatro anos depois, dali não podemos esperar nada de bom, a não ser servilismo, frete ao chefe, bajulatoriedade ajustando as suas competências maleáveis de jurista aos interesses a que obedece e nada mais. Foi um expectáculo deprimente e despoletador de raiva que este ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates tenha dito ontem à noite, na SIC Notícias, que não houve, porque o disse, ilegalidades administrativas no licenciamento do Freeport de Alcochete. Isto é, Freitas, enfrentando o Mundo, emite a sua opinião, spray de caca, contra a Opinião Fundamentada de um jornalismo com dois palmos de testa. Mas por que nos testam a paciência estes Bonzos, pá?! Por que persistem em aparecer papais estes Budas Sentados que falharam o País, pá?! E como querem caucionar debaixo das nossas barbas situações nublosas, aparentando Elefantes Marinhos a atravessar com as suas barrigas um tapete de carne, quando querem chegar ao mar ou à fêmea. É horrível ter de lhes suportar o grande desprezo pelo cidadão comum e a sua inteligência. Foi quando Freitas falou numa campanha de “raiva” contra o PM que se chegou ao clímax e ao ponto: as autoridades judiciais inglesas estão neste momento a promover uma campanha de raiva contra o PM, o homem imaculado da licenciatura amparo, dos trambolhos da Covilhã, do caos nas escolas?! Claro. Disse Freitas, desenvolvendo o seu frete servil que “Do ponto de vista do direito administrativo, não encontro nada que possa ser considerado ilegal, a menos que a partir de amanhã surjam dados novos que não conheço”, e acrescentou também que, em relação ao âmbito criminal, não existem provas. Pois, mas bastam os indícios e as trapalhadas reveladas para que o cargo de PM esteja ferido nos pressupostos da sua lisura e isto o Freitas, venal como é, nem sequer aflorou. Há coisas no antigo líder do CDS-PP que o definem: a raiva contra Cavaco será eterna; o desprezo pela inteligência do cidadão um traço; o sentido si mesmo como parte de uma certa aristocracia pseudo-democrática intocável em Portugal, outro traço. Mas é preciso que Freitas do Amaral compreenda que não conta para o planeta realidade portuguesa e que aquilo a que ele chama coragem em José Sócrates foi covardia soez contra a parte mais fraca da sociedade portuguesa, confrontando e dividindo classes profissionais, congelando-lhes progressões e assediando o bolso de todos, explorando fiscalmente cidadãos empobrecidos com leis retroactivas injustas e obscenas, [com a grande excepção do grande abrir de pernas aos Camionistas, quando foi preciso]. E para quê?! Para estourar-nos de dívidas com novas Pirâmides Tumulares?! Para que a despesa pública tenha explodido em 32% em dois ou três anos nesta legislatura?! Outro tipo de coragem urgia: a coragem de moderação salarial de gestores públicos. A coragem de decência nas mordomias de Estado, nas compras de carros e nos gastos supérfluos ao serviço do Estado. Está tudo errado. Sócrates e Freitas, seu servo, escolheram a parte fraca e foi com ela que foderam, mal se viram no poder. E para nada. Não é com mais um homem do sistema, mais um beneficiário do simulacro de democracia em vigor, um servo obediente e agradecido, como Freitas, que o Portugal limpo da trampa pode contar. Pode estranhar hipocritamente que um projecto que passou pelas mãos de diversos partidos esteja agora a ser usado contra o PM pela justiça inglesa: Freitas já não conta e a sua palavra vale o que vale: um real spray of shit.

Comments

Anonymous said…
Também o estive a ouvir e o que senti foi o mesmo de sempre nojo!
Parece-me um reles untuoso, manhoso usurário a convençer o pobre que vai "ao prego" levar o ùltimo pertençe, que o mesmo nada vale desvalorizando para sacar o mais possível!É o mesmo que tenta connosco "About Sócrates"! desvaloriza desvaloriza a Free-Familiar e os mais etceteras para manter a manjedoura da corja, cheia! Spray? só?
antonio ganhão said…
A melhor parte foi quando Freitas referiu que quem paga luvas não comete esse tipo de erros.
Foi pena a jornalista não ter esclarecido este assunto, é que já agora eu gostaria de escutar a quem sabe.
Joaninha said…
Olha não vi, tenho pena. Uma coisa te digo, os manuais de direito administrativo do homem são muito bons. (dentro possível tendo em conta o assunto)

“Do ponto de vista do direito administrativo, não encontro nada que possa ser considerado ilegal, a menos que a partir de amanhã surjam dados novos que não conheço”,

Mas claro que não encontra, quem paga luvas nestes caso não as paga para que se cometam acto que possam ser anulados, pagam para que a coisa corre dentro do tramites legais mas a favor deles. E isso não é dificil, nem é surpresa, a CM de Lisboa está cheia de casos desses, alias qualquer CM.

Enfim.

beijo meu caro.

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