AO GÁS MALÉFICO DA SOBERBA


0. Há qualquer coisa neste Ti Júlio que nos deixa num certo pasmo. Nota-se que o tiozinho detesta o sobrinho Primeiro-Ministro. Nota-se que tem consciência de que há ilícito e crime em toda a questão. Mostrando ar de caso, nota-se que sente como a ter em conta o poder berlusconizado tentacular que o sobrinho acumulou e detém na sua mãozinha tendencialmente antidemocrática. Na verdade, a calúnia à democracia é toda portuguesa. A falsificação democrática, a falta de rigor e de verdade em todas as coisas do Poder é uma realidade e possibilidade muito portuguesa. Esta súbita ressurreição do caso, simulacro ou efectividade de combate, já é caluniosa da nossa pseudo-democracia e acaba por testemunhar o velho paradigma da Falsidade que rege a acção política e com que a acção política bloqueia a liberdade de investigar. Que se registe como o caso Freeport e o manhoso BPN se interseccionam. Já não cheira a outra coisa que a Vergonha. O sorriso determinado e incapaz dos velhos políticos, com velhos vícios, com velhas ideias cheira Mal e cada vez Pior em Portugal: «O Ministério Público solicitou ao Banco Português de Negócios (BPN) toda a informação sobre as movimentações e as transacções realizadas através de contas abertas na instituição em nome de Júlio Monteiro, tio do primeiro-ministro, José Sócrates. Júlio Monteiro, que prestou ontem declarações no Tribunal de Cascais, como testemunha no âmbito da investigação do processo Freeport, tinha off-shores abertas no BPN. Uma delas, com conta numa sucursal no Funchal, mas também no BPN, aberta nas Ilhas Caimão. A outra, com sede no estado americano de Wyoming, passando igualmente pelas Ilhas Caimão. Contactado pelo PÚBLICO, o porta-voz do BPN disse que "o banco está a prestar toda a informação solicitada pelas autoridades oficiais". O BPN está sob investigação das autoridades portuguesas por fraude, branqueamento de capitais, burla, gestão danosa e fuga ao fisco, o que já resultou na nacionalização do banco. A Caixa Geral de Depósitos assumiu a gestão provisória da instituição, onde foi detectado um buraco de 1,8 mil milhões de euros.» Este polvo e emaranhado inextricável precisa de vigilância e pressão da Imprensa e de todas as formas válidas e legítimas de cidadania. O cidadão português tipicamente alheado e entregue nas mãos abusivas de um PS governamental que as revestiu de unhas fiscais ímpares, nunca vistas, e complacências bancárias rapinantes impiedosas e terríveis, só precisa de acordar e participar na luta por um país tão próspero e moralizado como os outros ou mais ainda que todos os outros. A pressão pode ser retórica. Não há melhor maneira de gerar vergonha transformadora de essas más práticas corruptas que inundar os olhos soberbos e atrevidos dos nossos velhos políticos incompetentes no activo: inundá-los com os seus próprios Factos Danosos. Em seguida, usar de todos os meios por que o sistema se reja segundo critérios de exigência, práticas correctivas e regeneradoras do comportamento dos detentores de responsabilidades.
lkj
1. Alguém escreveu que os casos Freeport e BPN sofrem avanços e evoluções compensatórias, reciprocamente complementares como se fossem uma mercearia de Alta Corrupção a ser exposta lentamente, aos solavancos, até ao momento apenas simulacro e aparência porque muito duvidamos que se faça tudo para regenerar o Sistema e lavar o Regime. De essa alternância e de essa inibição competitiva BPN e Freeport, parece-me sintomático este encontro: «O Presidente Cavaco Silva chamou o secretário-geral do Serviço de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira, para falarem sobre o caso Freeport, nomeadamente sobre as suspeitas vindas a pública acerca de vigilâncias e escutas telefónicas a magistrados do Ministério Público encarregues do processo, noticia hoje o diário “Correio da Manhã”. O encontro não estava na agenda oficial do Presidente e decorreu na segunda-feira no palácio de Belém e foi demorado, segundo relata a mesma fonte Começo a convencer-me que se não é a lucidez da Imprensa e a combatividade e exigência da Bloga, estes políticos milionários corruptos que ainda sorriem continuariam convencidos que não urge mudar as regras do jogo democrático, abrindo de par em par todos os dossiês onde mais importa ser Claro, ser Verdadeiro, ser Transparente, como nunca antes. Provavelmente, a segunda parte do vinte e cinco de Abril ou terá muito sangue ou será um exercício virtual de retórica aguda por Transformações que se vejam na sociedade.
lkj
2. Com a Rússia por trás a manobrar graças ao seu o seu dinheiro e às consequentes pressões diplomáticas, o fim é reaver toda a esfera de influência centenária: «Foi com uma maioria bastante expressiva que o Parlamento do Quirguistão deu esta manhã aval à decisão do Presidente do país, Kurmanbek Bakiev, de fechar as portas aos Estados Unidos da base aérea de Manas, pivô crucial na rede de abastecimentos das tropas da coligação internacional no Afeganistão. Os deputados votaram favoravelmente a proposta de Bakiev por 78 votos – e registando-se apenas um voto contra – numa legislatura largamente dominada pelo partido pró-presidencial, o Ak-Jol, que detém 70 assentos parlamentares.» Com os Estados Unidos combalidos e lambendo as feridas de uma sequência de factos económicos desastrosos de que procuram regenerar-se, quem mais no mundo aproveitará a oportunidade de causar embaraços equivalentes ao gigante ferido?!
lkj
3. Em cima da mesa ainda a guerra ao extremismo terrorista de extractado islâmico: «Os ministros da Defesa dos países membros da NATO reúnem hoje em Cracóvia, na Polónia, com o Afeganistão como “prato principal” das conversações – depois de, na véspera, os Estados Unidos terem exercido pressão clara para que os parceiros da Aliança dêem prioridade ao teatro militar afegão sobre o do Iraque. Fontes diplomáticas norte-americanas dão desde ontem como certo que o reconduzido secretário da Defesa, Robert Gates, não se irá poupar na Polónia a pressionar os aliados a contribuírem com mais tropas para a coligação internacional no Afeganistão ou, pelo menos, a transferirem aquelas de que já dispõem no terreno para as zonas mais perigosas do país.» O Afeganistão, de tão indiscutível, resta ainda como resíduo de moral na necessidade de suster um problema grave da mesma natureza da Hidra mitológica e, por isso mesmo, matéria para décadas provavelmente.
ljk
4. Oblíqua e indirectamente, embora, Barroso está a aprender com José Sócrates de esta vez ao mais alto nível europeu. Nada como criar uma verdade fax de conta, diferente da verdade dos factos e da realidade, uma versão soft, relativa à qual ninguem tenha de sofrer. Ninguém quem? Não nós, que na verdade estamos entregues aos bichos da incúria, mas eles que, agindo com dolo, fingindo actuar e decidir, na verdade usam e abusam do espalhafato: «O Parlamento Europeu aprovou hoje, em Bruxelas, uma resolução sobre a utilização de países europeus pela CIA para transporte e detenção ilegal de prisioneiros, sem qualquer referência específica a Portugal, suprimida por iniciativa da delegação do PS. No texto final, aprovado hoje no hemiciclo com 334 votos a favor, 247 contra e 87 abstenções, “caiu” a referência a voos em Portugal “durante o Governo Barroso”, tal como constava na versão original do projecto de resolução comum. A líder da delegação do PS ao Parlamento Europeu, Edite Estrela, confirmou ontem à Agência Lusa ter proposto, no seio do Grupo dos Socialistas Europeus, a supressão da referência a Portugal, por a considerar injustificada.» Ficará assim uma versão oficial que, poupada aos factos apurados, poupará também as figuras intocáveis do sistema e a referência maculatória a Portugal. Há funções e perstígios que não serão beliscados. Só não sabemos se isso é bom.

Comments

Anonymous said…
É o que se pode chamar de um trabalho de JU(e)dite 5 Estrela(s)
Clean!

Tudo o mais que acima nos reporta é-nos recomendado engolir...aos bocados pois de tanta corrupção( e já não há adjectivação onde tudo caiba)
"Pinturas a fresco" mas de uso bem costumado pelos portugueses...sempre com velaturas
profissionais pelo meio. Somos um País rico em "artistas" enfim tristes!

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