BILTRES ACABADOS E SHOW POLICIAL


Enquanto a presunção de inocência, por baixo dos nossos narizes, é elevada à demissão mais criminosa de quaisquer consequências, e vai justificando molemente a protecção prolongada dos mais refinados biltres públicos, com um curriculum e um trajecto de vida pejados de irregularidades, tretas, ilegalidades, suspeições, corrupções, estranhezas, eis que novamente as grandes operações pontualísticas e ultramediáticas estão aí para molestar cidadãos tesos e, enquanto montanha de meios, para parir os ratos criminais de sempre. Uma administração central que não se leva a sério, não merece nem se dá ao respeito, só pode arrolar as polícias para acções de espectáculo espampanantes, que ocultam o essencial e que não servem de nada aos cidadãos. Sintomático de tudo, num dia temos o encerramento sorna, completamente desrespeitoso em relação às populações, das linhas ferroviárias do Corgo e do Tâmega. Num outro dia, temos este show policialesco que busca mostrar serviço a todo o transe mas sem outros efeitos senão os estatísticos, reveladores aliás da miséria que por aí vai. Em suma, poupa-se os tubarões a incómodos e preocupações de maior, esses perfeitos biltres desonestos, sempre a salvo e com a Justiça portuguesa agarrada pelos colhões. E molesta-se a arraia-miúda. Isto não é um País: é um palanque: «A PSP levou a cabo uma mega-operação de segurança em todo o país, durante a última madrugada, o que levou à detenção de 350 pessoas, 18 apreensões de droga, 42 apreensões de veículos e 27 armas apreendidas, indica o site oficial da força policial. Foram igualmente identificadas 2104 pessoas.»

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