LAMA EM DETRIMENTO DE PORTUGAL


Devemos desconfiar activamente de quem por sistema se considere vítima, mas não diga de quem. Por exemplo, João Palma denuncia as pressões de que os Magistrados do Caso Freeport são alvo por que se arquive o caso o mais rapidamente possível. Mas nem sequer insinua a proveniência de elas. Fica ao nosso critério imaginar o pior e os autores por simples dedução. Só exerce pressão quem tem Força e Poder para tanto, assim como imenso a temer. Por sua vez, o sr. José Sócrates, o homem mais poderoso em Portugal desde o ápice do salazarismo, alguém que em quatro anos arrolou mais poder, acumulando o 1.º Poder com o 4.º e até um 4.º a) que é o poder ultra-Publicitário e o poder ultra-Propagandesco e poder ultra-Autopromocional, acima de qualquer outra coisa, incluindo governar, ao concitar o conceito de 'campanha' e logo 'negra', também não concretiza quem, não rebate o quê, e é o Vago e o Suspeitoso aquilo que fica. Em suma, alguma coisa escapa ao controlo do sr. Sócrates e do seu caríssimo staff de Imagem e Bitaites Agressivos da Pequena Política, a ele, que é um homem poderoso. Mas o pior sinal de todos, e esse, sim, inspirador da maior apreensão, é o recurso aos communiqués de presse, aos comunicados e às declarações. Normalmente este recurso, ao longo da história, representa uma dificuldade aguda para lidar com os problemas e uma forma de aliviar a pressão, coisa que só funciona no muito curto prazo, sendo que a noção global e refrescada dos factos, de novo regressada, arrasa com a aflição superficial das declarações, dos comunicados e communiqués. Na suposição de que politicamente e criminalmente nada houvesse a imputar ao sr. Sócrates, bastaria a este enfrentar o problema com os argumentos disponíveis em vez de se refugiar no Vago, no Conspiratório, na Poeira e no Vento. E isto porque, na verdade, o sr. Sócrates tornou-se num homem poderoso, CEO de Portugal, um ZooParlamentar feroz que esmaga os adversários, quebra-lhes os ossos com os argumentos e razões do século XX e nunca faz a coisa por menos. Isto porque o sr. Sócrates saíu sempre por cima da 'lama-regenerativa-revigorante-tratamento-de-pele-em-SPA' que lhe atiraram com os factos límpidos da pseudo-Licenciatura, dos camafeus urbanísticos da Guarda, das esquisitices identificatórias e ambíguas nos ficheiros do Parlamento. Saíu por cima. Sair por cima e sem semancol é um atributo que blinda o sr. Sócrates desde sempre. O País, em face de este hábito de toda a vida do sr. Sócrates, é muito menos importante. Percebam isto: o País é muito menos importante que a imagem absolutista de um Condottiero Iluminado, cultivada com um zelo extraordinário ao longo dos últimos quatro anos pelo staff especializado (e caríssimo ao erário) do sr. Sócrates. Há muito que a honra de Portugal, o bem de Portugal, o interesse profundo de Portugal, o bom nome de Portugal foram relegados para terceiro plano em favor da Imagem do sr. Sócrates. E é em detrimento de Portugal que nada se passa de consequente e nada se passará.

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