MAS A DECADÊNCIA É GROSSEIRA


As alterações à configuração tecnológica e ambiental do Parlamento parecem promissoras e estimulantes, mas interessa não esquecer o estado de decadência veiculado pelo servilismo dos deputados da maioria. Recordemos estar em vigor o ápice da falta de carisma, do sentido construtivo, do sentido de Estado, do apreço pela Ética. Tenhamos de igual modo em mente a grosseria bizantinesca do que tratam em plenário e nos é supérfluo, do que priorizam os deputados. Lembremos a sua falta de comedimento verbal e das baixarias que precisamente justificariam muito mais que descompostura verbal, basta recordar o estilo provocatoriamente horroroso do deputado Candal, perfeitamente escusado, ofensivo, anacrónico. Façamos mnemónica da falta de amor à verdade e à própria consciência entre os deputados. Não é exagero considerar que nesta legislatura se desceu o mais baixo que seria possível, com o especial exemplo trucidatório do Primeiro-Ministro e a sua já célebre retórica fugitiva, peixeiresca e altifalante. Em suma, renova-se o edifício, mas a decadência é um facto ou não tivessem os responsáveis do maior partido e do Governo do Estado um particular ódio, desprezo e desconforto para com jornalistas que cumprem as suas obrigações de perguntar, investigar doa a quem doer. Afinal, esta legislatura de decadência regimental e atitudinal cívica, entre os deputados, viu nascer a tese da "campanha negra" contra um governo que afinal ele, sim, age contra a democracia com pseudo-informações económicas ou outras para se resguardar, age com a massiva propaganda negativa de criar falsas ideias sobre a realidade dos números e das pessoas, chegando à deslealdade ingrata de menoscabar com a boca estereotipada e generalizadora grupos profissionais inteiros, sobretudo os pisoteados e multivexados professores: «Os deputados regressam hoje à Sala de Sessões da Assembleia da República renovada, adaptada às novas tecnologias do powerpoint, da "luz amiga das televisões", dos computadores para todos e dos ecrãs gigantes. Bloco de Esquerda, PCP e PS prometem usar já hoje as enormes quatro telas na sessão de hoje - uma das novidades high-tech do Parlamento do século XXI - e em que só se podem projectar imagens sem som. Nada de som, fotos ou filmes nem "campanhas negativas". É o que estipula um acordo entre os partidos, enquanto a conferência de líderes não definir as regras definitivas. É que o regimento da Assembleia tem que ser adaptado.»

Comments

Popular Posts