O COLO DA ARBITRAGEM É INFINITO

Corre voz, e pôde ser visto, que a arbitragem foi completamente 'isenta', 'impecável', e 'nada complacente', vá, com a equipa do Benfica. Não sabemos. Mesmo que subéssemos, não contaria. Estas coisas dos jogos são irredutíveis e com o Benfica são muito mais. Factos são factos. O Sporting chora agora. Todos se descabelam, do presidente ao jogador da medalha arremessada, corajoso com o ultraje que sentiu. Foi penoso ver o treinador Bento perorar longa e abundantemente sobre 'roubo', 'arbitragem', jogadores, repetindo-se e enchendo de hiatos irrelevantes o seu discurso justamente indignado. Mas passou-se duas coisas: a perda de um troféu menor, afinal furtado pelo colo infinito e notório do árbitro com a sua visão telescópica, e de um prémio com cheiro a coisa, essa, sim, maior. As duas equipas do Benfica que subiram ao relvado é que podem respirar com a missão cumprida, de acordo com todos os comentadores que viram o pequeno e perturbador esbulho da grande penalidade: «O Benfica conquistou hoje a segunda edição da Taça da Liga, ao derrotar o Sporting (3-2) no desempate por grandes penalidades, após uma igualdade (1-1) no fim dos 90 minutos. Quim defendeu três penáltis e o ex-sportinguista Carlos Martins fez o remate decisivo após um encontro marcado pela forma polémica como o Benfica fez o golo do empate.»