CONSTÂNCIO, O AMANUENSE


O governador do BdP ainda não compreendeu o valor desassossegador das suas palavras principescamente pagas para não servirem para coisa nenhuma a não ser para o aplauso incondicional do Nicolau Santos, um dos raros espíritos eufóricos com a política económica paralítica governamental. As previsões sucessivas, quer do Governo quer do seu amanuense do BdP, pelo facto de falharem tremendamente de todas as vezes, só têm produzido contra-expectativas e desorientação entre agentes económicos e o público em geral. A despesa, diz ele, como não está a ser excedida, não justifica de momento um OR. Mas não é a despesa um problema orgânico e sistémico nos OEs graças a um pseudo-PRACE que não mexeu do grosso do bolo orçamental que recobre os honorários dos gestores públicos, independentemente da constatação de serem úteis ou redundantes para o Estado?! Clientelas! Obviamente, nós sabemos que, nestes quatro anos de ilusão e fantasia socratesca, se houve índice que explodiu de um modo brutal e até inédito foi a despesa. O Estado, quando é o PS pifiamente a ensaiar controlá-lo, manifesta-se clientelarmente sôfrego e por isso tudo é possível. É possível gestores públicos nomeados pelo PS-Governo pagarem multas com os dinheiros públicos e não com o deles e é possível, quando detectados pelo TOC, não serem obrigados a outras consequências (demissão? Inibição de futura nomeação?) que a suposta reposição dos valores que nunca poderemos controlar porque em Portugal diz-se, mente-se e o que a boca diz os ouvidos devem acreditar pois faltam mecanismos de escrutínio e acompanhamento sério. Urge acabar com o comportamento amadorista dos governos com o nosso dinheiro. De modo que se infere, com este hábito socialista de saciar e cevar à la garder a sua clientela, serem necessários anos para controlar o peso desmesurado da despesa excedida ano após ano, OE após OE. Gosto muito das propostas de Paulo Morgado e interessam-me as suas análises, quando insiste numa outra accountability da gestão pública em Portugal, uma que rompa com esse prestar contas da idade da pedra que a presente legislatura fez retroceder ao homo erectus. Estrita. Exigente. Apertada. Sob o controlo e acesso aos cidadãos e contribuintes que assim o desejem, já que a Fiscalidade Portuguesa nos esmaga e danifica criminosamente. Devia haver leis que impedissem essa espécie de ano sabático da demagogia com números na boca de dois grandes bacocos que se regem pelas estrelas, o perpétuo governador político 'socialista' do BdP e o corcunda amanuense do MF, Frei Teixeira. Ambos deveriam ser rectificados tanto quanto está na hora de mais um OR: «O governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, afastou hoje a necessidade do Governo proceder à elaboração de um Orçamento rectificativo perante a derrapagem das receitas orçamentadas, hoje pedido pelos partidos da oposição.»

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