DIAS LOUREIRO: ABATIDO. INCONVICENTE

Quem apenas olhasse e nem ouvisse o Conselheiro de Estado demissionário Dias Loureiro, no Jornal da Noite da SIC, perceberia naquele abatimento um discurso perfeitamente oposto às palavras desalentadas, altamente denunciador do que é convicção geral acerca dele e altamente inviabilizador do conteúdo formal com que procura justificar a própria demissão tardia. Se muito mais cedo optasse por se libertar dos vínculos ao Conselho de Estado não teria permitido a degradação tão aguda da própria imagem, nem teria gerado e agravado um mal-estar que arrola a Presidência da República e a percepção que os cidadãos fazem dos detentores de cargos de responsabilidade pública. Dos indícios de essa contaminação e degradação moral dilatada no tempo, Dias Loureiro não se livra de ser o que é. Culpado! Para além da cara fúnebre que Manuel Dias Loureiro ostente, também nunca mais se livrará de esta pérola sinistra, que talvez tenha empregue com Cavaco Silva nos últimos meses e com outras figuras que nunca caçaram com o Rei de Espanha: «Veja lá como me trata. Quando me hostilizam eu não sou para brincadeiras.» Depois de sacudirmos o perigoso e sonso Loureiro da imunidade do CdE e da impunidade de que parecia querer beneficiar devido às altas relações que fez questão de coleccionar como os seus Porches e Empresas Fictícias, temos ainda Constâncio para alijar da pseudo-supervisão, Lopes da Mota para ver demitido da pseudo-parceria justiciária europeia e também, com festa e champanhe, falta-nos despachar todo o Governo Autocrático & Fingidolas de Sócrates, irmão de Armas e de Alma de Loureiro que tanto elogia o optimismo bacoco do primeiro, e aos quais temos de dizer, votando: "Vejam lá como tratam de Portugal e da vida dos Portugueses. Quando hostilizam, envergonham, maltratam o nosso País, desprezando ostensivamente os cidadãos, eleitores e contribuintes, o Povo não é para brincadeiras.": «Manuel Dias Loureiro recusou hoje a ideia de que renunciou ao cargo de conselheiro de Estado devido às acusações que lhe foram ontem feitas pelo ex-presidente do BPN, José Oliveira e Costa, no Parlamento. O ex-ministro da Administração Interna de Cavaco Silva afirmou que esta era uma decisão que já andava a amadurecer há 15 dias e decorre "da ideia que estava a passar [para a opinião pública] de que o Conselho de Estado me estava a proteger".»

Comments

Gostava de ver a cara do Capa d'Ócio esta noite...
antonio ganhão said…
O primeiro dos renitentes a cair! A democracia ainda consegue causar mossa! Viva a República, Viva Portugal!
António, não deixa de ser uma originalidade, essa da república... Pois se a pandilha é quem a forma!
Helena Branco said…
Sempre achei que entender o implume é tomá-lo pelo nome...
Consegue até ter com a República
uma atençãozinha (um Viva) que para mim o revela como um grande
humorista! por isso ele goza com
a atitude tardia desgastada a renúncia de Manuel Dias sem louros

Que isto demora...

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