UM MODO TÁCITO DE ENXOVALHAR

É surreal que o PGR tenha sido obrigado pelo próprio Eurojust a retirar o caso Freeport da esfera do mesmo Eurojust a partir do momento em que foi aberto um inquérito ao procurador Lopes da Mota, o presidente daquela instituição, que é acusado pelos investigadores do que se sabe. Mais horrendo que confuso para um português mediano, como lerá esta cacofonia portuguesa um especialista europeu ou um cidadão europeu igualmente mediano, isto é, espanhol, inglês ou francês?! Não sentirá alguma perplexidade para com o estranho país chamado Portugal onde ninguém se manca, por mais grunho e abusivo o respectivo comportamento nas instâncias mais elevadas e simbólicas da sociedade?! Caso para recordar a Rangel que não pode nem deve suavizar esta querela confusa. Para suavizá-la está aí o tranquiberneiro Vital duas ou mais vezes. Tacitamente, o podre é acobertado pelas vozes mais moralóides do Regime. Lopes da Mota vê-se elogiado e caucionado pelo silêncio de Soares, de Sampaio, de Arnaut, e tantos mais repetidos e omnipresentes, mesmo pelas palavras pomposas da dupla candidata dúplice Ana Gomes. Os silêncios de tudo e de todos, a ocultação pelo PGR do relatório de Vitor Santos Silva, tudo isto enxovalha Portugal. Enxovalha os portugueses: «O cabeça de lista do PSD às eleições europeias Paulo Rangel considera que que a retirada do Eurojust da investigação ao caso Freeport coloca Lopes da Mota numa situação "ainda mais difícil"."Esta 'decisão' do Procurador Geral da República vem colocar Lopes da Mota numa situação ainda mais difícil do que aquela em que já estava", disse Paulo Rangel, cabeça-de-lista do PSD às eleições europeias. [...] a decisão anunciada por Pinto Monteiro, na verdade, foi tomada pelo organismo europeu, que dela deu conhecimento a procurador-geral. "São declarações surpreendentes, todas elas", disse ao PÚBLICO o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, João Palma..»

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