JORGE MIRANDA, REBELDE E AMUADO


Jorge Miranda, um ilustre constitucionalista, um homem bom, teve a rara fraqueza franca de se dar todo como bola de pingue-pongue nas raquetas cansativas do PS. Como candidato pode até ter sido das poucas boas iniciativas que o PS encabeçou, uma espécie de anti-Vital, com tudo para ganhar. Designado pelo PS, tomou partido pelo PS que visava impô-lo como novo Provedor de Justiça. E agora, ao rebelar-se contra o desfecho de uma eleição colegial parlamentar, atacando o PSD, serve novamente a franca fraqueza de servir o PS. Daí que responda muito bem Manuela Ferreira Leite, a grande desprezada e apoucada pelos reis da bloga e por esses Vitalinos infinitos no PS. Ela ressurge forte como uma Rainha Santa Isabel e humilde, verdadeiramente humilde, como uma Teresa de Calcutá. Qualquer frase bem ponderada de Manuela Ferreira Leite resulta, por estes dias de vitória, em embaraços imediatos para este PS trapalhão e glutão, o das Fundações Esconsas e habilidosas, o dos negócios paquidérmicos e ambições de controlo esmagador sobre tudo o que mexe em Portugal. Quem diria que uma mulher simples, clara, directa, renascida com a força moral de quem nada deve e nada teme, sem um exército caríssimo encarregado de lhe retocar a imagem e muni-la de Refrões Ocos, pudesse dar tanta pancada ao Império de Alice e do Faz-de-Conta que esta Legislatura levou até às últimas e piores consequências?! Jorge Miranda, na verdade, pôs-se a jeito de uma lição imprevista de democracia elementar: «A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, considerou hoje em resposta ao constitucionalista Jorge Miranda, que falhou a eleição para Provedor de Justiça, que em democracia é impróprio alguém "rebelar-se quanto ao resultado de uma votação".»

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