CHEQUE-OBRA EM TEMPOS OBSCENOS

A pouco e pouco, emerge a noção completa de quatro anos e meio sob esbulho fiscal e de caça aos parcos rendimentos da classe média, vitimando-a a eito sem dó nem piedade. Clarifica-se cristalinamente até que ponto ficou assim soterrada uma esmagadora maioria de portugueses sob a totalitária debulhadora psíquica e prática do Estado-PS: «Demorou a perceber, no Estado, que não basta diminuir os rendimentos de quem trabalha, embolsando impostos e perseguindo a classe média. Há, também, uma responsabilidade social da riqueza. Neste caso, contrapartidas para o país – como é o caso do ‘cheque-obra’, uma iniciativa que propõe que as empresas de obras públicas ofereçam 1% do valor das empreitadas pagas pelo Estado em obras de restauro de monumentos nacionais e património classificado. Antigamente, os ricos que tinham sido pobres ofereciam bibliotecas, escolas, chafarizes e estradas municipais. Eles sabiam que a riqueza devia pagar um tributo para justificar a vaidade e o conforto. Hoje, os ricos amealham e só contribuem para o país embalados por benefícios fiscais e promessas de contratos do governo. São outros tempos.» Francisco José Viegas, A Origem das Espécies

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