EXOFTALMIA UNILATERAL DE ESQUERDA

O posicionamento de Carvalho da Silva, enquanto cidadão, surge como uma espécie de armistício disforme para com aquela Extrema e Desmesurada Direita que o dançarino Costa e o seu tutor sexy, Sócrates, representaram por tempo sobejo. Saltarem Carvalhos da Silva da cartola são os últimos cartuxos do MegaPoder-PS ultrafinanciado pelo poder enfático e fático do Dinheiro esconso ulteriormente a pagar em favorecimentos e em ajustes directos. E, claro, o gesto de CdS representa também uma facada a frio no seu PC ou CDU. Os tempos são de oportunismo, quer à Direita dos Cargos, quer à Esquerda das Sinecuras e Subvenções no Estado, provando como Joana Amaral Dias há efectivamente muito poucas. E bem pode ela ser petulante quanto ao estilo, porque quanto ao carácter e à coerência revela ser de aço. Repare-se que assim como nos deparamos com um Basílio Horta, politicamente muito derreado, grato e namorado pelo Ainda-PM, declarando-se disposto a ser e a fazer tudo o que este lhe solicite, do mesmo modo Carvalho da Silva, nos antípodas sociais de um Basílio obeso Horta, representa essa Esquerda de última hora, que afinal perdoa e pactua com os mesmos que a perfuraram nas ruas, a ignoraram nas reuniões magnas negociais e, basicamente, esmifraram o trabalhador, o funcionário público, comprimindo-o a extremos muito próximos dos desígnios lucrativistas e suicidarizantes da France Telecom. Este apoio a Costa, pausa carvalhoniana anti-sistema, anti-este-Código-Laboral, anti-desumanização e precariedade laboral, soa ainda mais sonsa e incompreensível quanto essa Direita Extremada Socialista em Costa, que Carvalho acha vital que ganhe Lisboa, tem no terreno comportamentos, directrizes e políticas que dificilmente, mesmo no plano autárquico, se compaginam com a Esquerda-bazófia de que todos se reclamam, último grito em pedante, última treta de embair. Pactos com a MotaEngil, se forem pactuados por Costa, são de Esquerda. Se forem pactuados por Santana, são de Direita, rejeitáveis, desprezíveis. Ora isto significa que o cínico, dentro da política paroquial minorca da Capital, rebentou com a escala. A disputa por Lisboa da parte de essa Esquerda federada em torno de Costa não passa de uma salgalhada, lupanar imprevisto de alguma intelectualidade torpe, na prática, completamente azeiteira de tão incoerente. Que representa afinal uma tal Esquerda comprável e subvencionável pelos milhões de este PS?! Qual Esquerda qual carapuça se pactua e se submete canzanasmente à Direita dos Interesses Estabelecidos, dos Milhões à solta na Campanha, e aguarda pelas suas migalhas?! Por Carvalho da Silva, homem público que respeito e subscrevo na sua leitura sócio-cristã dos conflitos do trabalho em Portugal, concluimos a fragilidade de todos os demais sugadores sôfregos de Esquerda, agora mesmo na calha e sob licitação. Obviamente todos arrematados pelo preço mínimo e metidos no bolso por este PS espertalhaço, poderoso, tentacular. Pois então a todos boa viagem!: «Hoje, Carvalho da Silva esclareceu que se trata de “uma questão pontual, de passagem sua por um processo eleitoral em curso”.»

Comments

Anonymous said…
Na peida, senhor Almeida, ou melhor, o caralho, senhor Carvalho!
Isto há cada um...
Da-se...!!!
(Desculpem-me a ordinarice mas já não se aguenta tanto zigezague).

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