O DEUS DO PAULO

Parece um bonecreiro entediado do Homem, criatura tão equívoca como Pinóquio é de pau; um Deus com Alzheimer Celestial, de mãos nos bolsos, roupa coçada, fumando uma beata pelas esquinas do Céu, depois de umas bejecas literalmente loiras e sempre inéditas, enquanto a humanidade se esfola e reprime entre si. Se o Paulo for Pai ou Filho e em si houver um fundo desejo de bem pelos pais e pelos filhos, compreenderá a impotência amorosa do meu Deus e a necessidade de uma resposta qualquer Sua a tanta lágrima. Chama-se Esperança, Virtude Teologal, pão para a Viagem. A Luz dela é o chamado Amor. Nada somos no Cosmos na nossa errância pelo deserto da existência para que fomos convocados sem voto na matéria. Mas ao menos que a humildade sedimente entre o pó dos nossos poros, resíduos estelares malcheirentos, com backup imortal odoroso-glorioso: sem formatação definitiva, para quem crê.

Comments

Repito aqui o que disse no « 2711 ».
" Esperança ( ... ). A Luz dela é o chamado Amor ". É esse, também, o meu Deus.

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