O RONALDO PERALTA DA LITERATURA

José Saramago, ave peralta da literatura mundial, tenta ser insólito e ter toques geniais com frases nada originais, por vezes grotescas, entre o pedante sibilino e o hiperbólico pateta, mas tudo se resume a um esforço por existir no plano comercial, como faz Ronaldo quase sem esforço nenhum. Para promover o seu novo romance, Caim, enlameiam-se umas ideias tontas e já está. Parangonas. Notícias de abertura. Aparições nas TVs. Babações por Espanha. Rios de tinta, de electrões excitados e de bytes. Note-se o tom infantilóide na abordagem do tema de Deus, à maneira arcaica dos ateismos mais descabelados. Dizer alarvidades e simplismos é, pois, para o velho apoiante da revolución cubana, um acto de gestão comercial, activador de atenção cósmica e cómica sobre si. Já todos sabem que a Bíblia expõe toda a violência possível da espécie humana, toda a crueldade e perfídia que ela-humanidade acolhe no seu âmago. Tal exposição, como escrevem outros eruditos especializados na matéria, foi um revolucionário começo de denúncia do gérmen do Mal no mundo dos homens. Fazer um caminho histórico completamente oposto a esse, violento, porém, emerge de uma outra Semente em direcção ao Céu que a mesma Bíblia anuncia e prepara. Tal Semente prosperará, grão de mostarda que era e hoje sequóia em que se converteu, até à catabase do Reino dos Céus, matéria de Esperança para quem espera. Deus, Esse, sempre foi O Inefável, O Indizível, que nenhuma boca pode ousar conspurcar de conceitos meramente humanos, pois está para além do conceituável e do confinável por mãos ou língua humanas, todavia, absolutamente próximo de cada homem, pois é Misericordioso e Compassivo, como rezam os Salmos. Fique Saramago com a taça, com a glosa, com a autopromoção comercial. A Luz, a Inspiração, a Paz, que vêm do Alto, têm o seu próprio tempo e condescendem com a infinita vaidade dos mortais em versão "célebre": «José Saramago afirmou que “a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana”.»

Comments

Mais um " daqueles " nobelizados. Este com as agravantes da suprema arrogância e tolice.
AJ said…
Deus está demasiado morto para suscitar este tipo de paixões.
Aconselho um passeio ao ar livre.
JotaB said…
Não gosto de Saramago:
- Como escritor, mas de quem tenho e li alguns livros;
- Como político, com quem não partilho a defesa de regimes políticos ignóbeis, desrespeitadores do ser humano;
- Como pessoa, pois não lhe conheço quaisquer preocupações para com os seus semelhantes.

Concordo (não digo gosto) com Saramago, quando classifica todas as religiões de (palavras minhas):
- Obscurantistas;
- Causadoras de guerras e tragédias, mesmo nos dias que correm;
- Constante travão ao desenvolvimento humano;
- Tentativa permanente de formatação das pessoas.
BrancaINPura said…
Aludindo a recente polêmica, dir-se-ía que, qual funcionário de Hotel 5* português, Saramago olhou para a Bíblia como se fosse uma capivara... rs
CÁ POR MIM POSSO TOMAR BICA COM O SR NOBEL
Vide:
http://centroparoquialgondar.blo...de- cinismo.html
(«Amo o Amor Que Ama, que Amor com Amor se paga.»)
Recado
ao bom – ou mau – ladrão
‘ateu tranquilo’
como só Deus sabe,
José Saramago:
que
em Itália se queixou de que o Santo Padre Bento xvi
além de reaccionário
não toma café nem com Deus nem com ele nem com os seus:
Se não lhe basta a espanhola Pilar,
e tem mesmo falta de companhia,
saiba que eu, Ângelo Ochoa,
ex comunista,
mas sempre de sentimento cristão,
posso tomar café consigo.
Note bem duas coisas:
como não sou papa
(nem teólogo)
nem uso portanto veste ou sotaina branca,
pode à vontade atirar-me com nojo com o café à cara ou à camisa.
Já agora uma coisinha ainda:
se ‘nosso encontro’ for no Café Roma em Roma
que não em Setúbal ou no Porto,
mande para a conta (magra de cão como o senhor)
0774 027586 500 da CGD
ajudas de custo
porque minha tença de poeta reformado não dá para a extravagância.
Bem, o cafezinho, ou bica, eu pago.
A lavagem da nódoa do mesmo que queira lançar-me à cara,
minha legítima companheira se encarregará de lhe remeter conta da Lavandaria Americana,
caso tenha a bondade de me dar, a posteriori, notícia de pousio seu,
para que carteiro conta não devolva por ‘destinatário desconhecido’
ou
‘…em parte incerta…’
Receberá pois factura, da Lavandaria Americana em Setúbal,
E ficaremos quites.
Ângelo Ochoa,
cristão,
fiel a Roma e ao detestado papa reinante,
que lê com tanto gosto quanto o desgosto com que o lê a si senhor Nobel.
Adenda:
Cite-nos erudito uma só passagem
com que prove ou se baseie a provar
a afirmação (sua) de que ‘A Bíblia é um Manual de Maus Costumes…’
uma malfeitoria portanto…
Público de ontem dá conta de que 10% dos portugueses já a leram na íntegra ( ao sr Nobel quantos o leram?)
Este de últimos que não contou para a estatística vai na 5ª leitura do Texto ou Livro sem desânimo.
Sabe que mais, se acaso quer dar-se ao respeito, e ser respeitado, pois sabe bem quanta provecta idade conta já para isso, não goze com os sentimentos mais profundos da Europa da Humanidade da de Santa Maria Terra, cuja luminosíssima língua alma é e sempre será da matriz cristã.
Vale!
Passo a transpor – transcrito ipsis verbis – e-mail recebido hoje, 20, traduzindo um comum sentimento da Igreja que está em Portugal sobre o infeliz caso (eu diria que «publicitário») dum tal senhor escritor…
:
Oportunidade para valorizar a cultura bíblica:

A polémica despoletada pelas declarações de José Saramago a respeito da Bíblia, que classificou como “um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade” deve levar a Igreja Católica a valorizar a cultura Bíblica e combater a ignorância a respeito desse texto fundamental.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Manuel Clemente, Bispo do Porto e presidente da Comissão Episcopal responsável pela área da cultura, indica que "uma personalidade como José Saramago, que tem mérito literário inegável, deveria ser mais rigoroso quanto fala da Bíblia, porque não se pode dizer dos factos e dos autores bíblicos o que Saramago diz”.
O Bispo do Porto afirma que “bastaria ler a introdução a qualquer livro da Bíblia, nomeadamente o Génesis, para saber que são leituras religiosas acerca do história de Israel”, depois recolhidas como” história bíblica para todos os cristãos e todos os crentes”.
D. Manuel Clemente diz que Saramago utilizou um discurso de “tipo ideológico, não histórico nem científico” e revela uma “ingenuidade confrangedora” quando faz incursões bíblicas.
Já o Pe. Manuel Morujão, secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), lamenta a “superficialidade” com que Saramago se debruçou sobre a Bíblia, considerando que “entrar num género de ofensa não fica bem a ninguém”, sobretudo a quem tem um estatuto de prémio Nobel da Literatura.
“Uma crítica não deve ser uma ofensa, deve ser feita com respeito e humildade. Há aqui um claro exagero, que não gostávamos de ver nele (José Saramago, ndr)”, acrescenta, antes de considerar que as afirmações do Nobel da Literatura “ferem os sentimentos” de mais de 2 mil milhões de crentes.
Para o biblista português Fernando Ventura, Capuchinho, José Saramago tem a exigência intelectual de se informar antes de escrever.
“A Bíblia pode ser lida por alguém que não tem fé, mas supõe alguma honestidade intelectual de quem o lê”, afirmou, acusando Saramago de “uma falta gigantesca” dessa honestidade.
Mais grave, acrescenta o Pe. Ventura, é o desconhecimento “do que são géneros literários” ou do lugar do “mito” na literatura, o que considera especialmente negativo num escritor, que se debruçou “sobre um âmbito que não domina”.
“Não saber situar o texto no contexto é imperdoável para um escritor”, atira.
O biblista espera que esta polémica sirva como “provocação” para que os católicos se questionem sobre a melhor maneira de responder a um “golpe publicitário” que atinge um meio marcado por uma “atroz ignorância bíblica”.
Apesar de admitir a ignorância de muitos católicos em relação à Bíblia, o Pe. Manuel Morujão diz que um escritor da craveira de José Saramago tem mais responsabilidades do que o cidadão comum. Para o secretário da CEP, o “estatuto Nobel” não lhe dá o direito de entrar em campos que “não conhece suficientemente”.
“A Bíblia, que tem 76 livros, tem de ser interpretada na diversidade dos géneros literários”, aponta.
Este responsável diz mesmo que esperava “mais” do prémio Nobel, “independentemente da sua ideologia”, e recomenda “humildade” nas opiniões, para que estas não se apresentem como “pseudodogmas”.
O Pe. Manuel Morujão conclui desejando que se promova “muito mais a cultura bíblica” e o conhecimento de um texto em que “Jesus até manda amar os inimigos”.

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