PSEUDOLOGIA

O inquérito sobre a morte trágica do Leandro* pariu as conclusões que necessariamente teria de parir. Os mortos incomodam demasiado para serem deixados à solta. É necessário matá-los outra vez para que a sua voz não prolongue o grito denunciador. Como? Mediante nula assunção de responsabilidades a quem deveriam ser assacadas. E não se trataria de estigmatizar a Escola, o Órgão de Gestão da Escola, mas apenas exercer a lucidez e autocrítica que permitissem melhorar um sistema que, por agora, castra professores e funcionários, convida ao laxismo por falta de poder, de meios legais e recursos humanos. Deveria mudar-se o nome dos "inquéritos" e passar a chamar-lhes outra coisa. Não inquirem. Não doem. Chamem-se-lhes "Isentadores". "Inquéritos" e "Comissões de Inquérito", em Portugal, são pró-formas, fórmulas castradas, muitas vezes, escandalosamente caras ao erário público para aquilo que permitem compreender. Autocrítica? Zero. Insuficiências detectadas? Zero. Falhas elencadas? Zero. Não segregam lucidez nem têm colhões. Servem justamente para que tudo fique como dantes, quartel-general em Abrantes, todos amigos e siga a rusga. Sob a égide do falso, o que se aprofunda é a pseudologia. Palmas. Requiem aeternam dona ei*, Domine!

Comments

José Domingos said…
É o varrer para baixo do tapete, á boa maneira socialista, não há culpados, se havia, morreu.
Resta a Mãe Terra, ter o Leandro, no seu regaço.
Para nós, sobra a vergonha.
Floribundus said…
a culpa é sempre do morto.
zé sapatilhas é vítima de cabalas.
que pena a mãe dos xuxas não ter abortado.
puta que os pariu

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