REPÚBLICA EMPOCILGADA

Eu não sei o que mais falta para que uma atitude higienizadora, finalmente, seja tomada: «Duas repreensões por unanimidade, ameaças de sanções legais e severas críticas dos serviços camarários foram o resultado dos últimos anos da actividade de José Sócrates como projectista de edifícios na Guarda, entre 1987 e 1991.» Para o português trabalhador e sacrificado, aqui e lá fora, sempre em dolorosos processos para sobreviver e prosperar, e nem assim, o desenrolar da Via Maligna (e não Sacra) do Primadonna constitui um golpe brutal de absoluta desmoralização do País, das principais instituições, do empresariado, dos funcionários públicos, demais trabalhadores e multidões de desempregados e indigentes encostados ao chão por excessos da Banca e excessos do Fisco. A República está empocilgada. A falta de vergonha ao mais alto nível é total e completa. Não podemos ter como decisor, definidor de linhas de rumo, tomador de medidas, quem em nada deu o exemplo ao longo da sua vida, muitíssimo pelo contrário. O País não suporta alguém cuja palavra pessoal ou política vale muitíssimo menos que o zero absoluto. E agora, Zeca Carvalho Pinto de Sousa?! A tua Ética sempre foi o teu Estômago. Quantos telefonemas ameaçadores, quantas repreensões, quantas tentativas de represália valerá o trabalho de José António Cerejo sobre o que andaste a fazer para furar mais rápido e de qualquer maneira?! É costume ao espécimen descrito, quando acossado, dizer com aquele sorriso insuportavelmente grunho: «Não é assim que me derrubam». Está na atura de lhe dizer que «Não é assim que um só coirão ilimitadamente vaidoso derruba Portugal.» A ironia é que talvez seja. Basta uma Besta. Vamos pró Maneta com a alegria sexy de passar fome e ter vergonha disto.

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