MÁXIMA HONRA

Honra-nos imensamente a visita do Santo Padre, Bento XVI, que me perdoem os enjoados para todos os gostos. Quando só me aportam aos ouvidos queixumes, insensibilidades e bocas mesquinhas, quero sublinhar um excerto da Carta Encíclica Spe Salvi: «28. Surge agora, porém, a questão: não será que, desta maneira, caímos de novo no individualismo da salvação? Na esperança só para mim, que aliás não é uma esperança verdadeira porque esquece e descuida os outros? Não. A relação com Deus estabelece-se através da comunhão com Jesus – sozinhos e apenas com as nossas possibilidades não o conseguimos. Mas a relação com Jesus é uma relação com Aquele que Se entregou a Si próprio em resgate por todos nós (cf. 1 Tim 2,6). O facto de estarmos em comunhão com Jesus Cristo envolve-nos no seu ser «para todos», fazendo disso o nosso modo de ser. Ele compromete-nos a ser para os outros, mas só na comunhão com Ele é que se torna possível sermos verdadeiramente para os outros, para a comunidade. Neste contexto, queria citar o grande doutor grego da Igreja, S. Máximo o Confessor († 662), o qual começa por exortar a não antepor nada ao conhecimento e ao amor de Deus, mas depois passa imediatamente a aplicações muito práticas: «Quem ama Deus não pode reservar o dinheiro para si próprio. Distribui-o de modo “divino” [...] do mesmo modo segundo a medida da justiça». [19] Do amor para com Deus consegue a participação na justiça e na bondade de Deus para com os outros; amar a Deus requer a liberdade interior diante de cada bem possuído e de todas as coisas materiais: o amor de Deus revela-se na responsabilidade pelo outro. [20] A mesma conexão entre amor de Deus e responsabilidade pelos homens podemos observá-la com comoção na vida de S. Agostinho. Depois da sua conversão à fé cristã, ele, juntamente com alguns amigos possuídos pelos mesmos ideais, queria levar uma vida dedicada totalmente à palavra de Deus e às realidades eternas. Pretendia realizar com valores cristãos o ideal da vida contemplativa expressa pela grande filosofia grega, escolhendo deste modo «a melhor parte» (cf. Lc 10,42). Mas as coisas foram de outro modo. Participava ele na Missa dominical, na cidade portuária de Hipona, quando foi chamado pelo Bispo do meio da multidão e instado a deixar-se ordenar para exercer o ministério sacerdotal naquela cidade. Olhando retrospectivamente para aquela hora, escreve nas suas «Confissões»: «Aterrorizado com os meus pecados e com o peso da minha miséria, tinha resolvido e meditado em meu coração, o projecto de fugir para o ermo. Mas Vós mo impedistes e me fortalecestes dizendo: “Cristo morreu por todos, para que os viventes não vivam para si, mas para Aquele que morreu por todos” (cf. 2 Cor 5,15)». [21] Cristo morreu por todos. Viver para Ele significa deixar-se envolver no seu "ser para".» Spe Salvi

Comments

Folgo muito em saber que nao sou único a não pactuar com tanta maledicência relativa ao Papa. Até um nao crente dirá que o Papa é uma pessoa de bem.

Abraço
Floribundus said…
sou pedreiro-livre mas não sou intolerante, nem ignorante nem parvo.

que me perdoem por dizer isto.

a falta de respeito pelos outros mete medo neste rectângulo.

nasceram TODOS ensinados, sabem tudo de tudo e pior que tudo não são uma opinião,
SÃO A OPINIÃO

de definitivo só conheço o estado de cadáver

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