CENAS DO DILÚVIO

Não é porque o catastrofismo seja apelativo à bloga e ela se compraza nele. A informação disponível é que não pára de alarmar o cidadão informado e o comentador habitual. Um dia, seremos todos cidadãos que reúnem dentro de si o melhor de Medina Carreira e o melhor de Belmiro de Azevedo: só então seremos felizes. Por exemplo, a Apifarma alertou para o facto de a redução do preço dos medicamentos em seis por cento, aprovada esta semana em Conselho de Ministros, possa levar a que os laboratórios reduzam 1500 a 2000 postos de trabalho: sensível ao facto, é possível que o Governo faça um Conselho de Ministros extraordinário para reverter essa medida ou meta as farmacêuticas e a sua avidez por lucro na mesma mecânica especializada em que meteu Carlos Queiroz, juízes, professores,  polícias, advogados, jornalistas. O Governo pode tudo e sabe tudo. Para evitar que Portugal continue na mira dos mercados e se prolongue uma situação de insegurança, quer começar a avançar as linhas gerais daquilo que poderá ser o Orçamento do Estado para 2011: obviamente que fica por si mesmo dispensado de revelar o que não tem sido feito e o que tem sido escondido no plano da celebérrima Despesa, matéria em relação à qual o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, responde, defendendo que o Governo deve apresentar os resultados da execução orçamental e só depois apresentar o Orçamento de Estado para 2011, cansado de saber que em Portugal não há escrutínio, mas roda livre. O labirinto português torna-se intrincado: a Segurança Social notificou 885 mil beneficiários de prestações não contributivas para,até final de Outubro, fazerem prova dos seus rendimentos. Continuo à espera de perceber onde está o País do dr. Basílio e quem é que de facto beneficia dele. Se há quem, por cá, lucra cada vez mais, o que se socializa é a miséria. Quinze anos de miseráveis boas intenções e muito, muito circo.

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