PACHORRENTA REBELIÃO

Evidentemente que por cá, digam o que disserem, no pasa nada. Debalde alvitrarão sociólogos sobre levantamentos, insurgências, explosões sociais. Este Povo foi pacientemente educado para aguentar conforme a coisa vier e para contar exclusivamente consigo mesmo, ainda que se encoste ao Estado e dependa ostensivamente dele. Os portugueses resumem-se bem na máxima: Quem não estiver bem, que se ponha melhor. Cultivando couves, engordando galinhas ou emigrando para onde estiver a dar, tudo, menos beliscar a placidez mortífera das nossas cidades monumentais, das nossas velhas praças imaculadas. «Quem está por cima e domina isto, lá saberá...», eis um português mediano a pensar e a desistir. Por isso as piores injustiças e atropelos do terceiro-mundo são potencialmente possíveis cá e até já evidentes. Não poderíamos ser mais independentes e liberais: «... recalcar a expressão crítica por causa de dependência pode conduzir a verdadeiras explosões, mais tardias, mas mais cruas ou violentas.» António Barreto

Comments

Banda in barbar said…
São 860 e tal anos de prática...
Cultivando couves, engordando galinhas ou emigrando para onde estiver a dar, nada de beliscar a placidez....e assi é que é bonito

não somos gregos nem italianos
vivamos na santa paz

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