VIDEIRUNHA À PORTUGUESA

Tinha de ser. O PS não governa, previne embaraços à sua brutal incompetência e dá entrevistas. À Renascença, por exemplo. PSP, ministro da Presidência e sobretudo administrador dos interesses e da conversa de encher PS, acredita, isto é, emite preventivamente a crença coerciva de que Cavaco Silva não se torne uma «força de bloqueio» como se o bloqueio não fosse um esforço auto-induzido socialista e uma forma explícita de vida do socialismo aldrabão, segundo o que se infere cristalinamente da leitura de este diagnóstico. E o PS, pela sua boca, mafiosamente, insiste nisto que nós vimos a burocracia de domingo desunhar-se por que acontecesse: «que Cavaco foi eleito com menos votos do que na primeira eleição e é o Presidente reeleito que obteve menor percentagem de votos», o que cheira a forte e espessa e porca conspiração eleitoral, tendo em conta os trabalhos que centenas de milhar tiveram em votar no já referido domingo, num bloqueio eleitoral estranhíssimo e democraticamente porcalhão. Mas eis o registo de um partido perigoso e obsceno cuja finalidade suprema parece ser ele mesmo, entidade supraPortugal, e que se fodam os portugueses. Para que serve um ministro socialista senão para dizer isto igualmente sonso?! «Este mandato de Cavaco Silva marcará um ritmo diferente do seu primeiro mandato... governo minoritário que enfrenta circunstâncias nacionais muito difíceis». Nem poderia faltar a facada final a Manuel Alegre: «foi o candidato escolhido pelo PS porque não apareceu ninguém melhor para se candidatar.» Isto é, foi o que se pôde arranjar. Politicamente, isto parece a videirunha à portuguesa, como grafou O'Neill.

Comments

Popular Posts