ONTEM LOUÇÃ ADVOGOU MAIS SÓCRATES

No debate de ontem, Louçã encontrou pela frente um ser humano, respeitador e cordato, Passos. Passos é virginal nesse terreno minado de fingimentos e inautenticidades mil, mas registe-se que debater é possível, se são pessoas humanas os debatentes e não colossos de verborreia, profetas de petas vis, sacos com cassetes autovitimizadoras servidas com extrema falta de nível. Curioso foi no náufrago bloquista Louçã a protecção ao embuste Novas Oportunidades, onde, imprevistamente, fez de porta-voz à demagogia desmiolada de Sócrates, preferindo abordar aqueles que supostamente aumentaram, como a história dos electrodomésticos de Gondomar, a sua escolaridade e formação para se transformaram em meros números gratos e dóceis, por isso votantes no PS, figurantes na fotografia PS. Podemos pensar que se Sócrates fosse capaz da grandeza de se ter deixado escrutinar pela vigilância crítica de um partido em coligação, um partido como este BE elogioso, em vez de ter devorado o erário, ter cevado os seus boys no reles amiguismo criminoso que se conhece e pior se suspeita, ter devastado o País, secando-o de esperança e mentira, das duas uma, ou teria cavado há muito, na mesma linha megalómana e sectária, esta mesma pré-bancarrota empurrada com a barriga, adiada e escondida, ou, pelo contrário, ter-se-ia salvo dela, pois qualquer político é infinitamente mais sério que o Primadonna com quem nenhuma política e concerto são possíveis. Com Louçã como parceiro, espécie de cinto de castidade política, teria sido mais difícil ser tão falso e trapaceiro a solo, na avidez de ser o que é, Primadonna. Como seria Portugal se BE e PCP se submetessem a compromissos com a imoralidade ambulante e desgovernativa PS e viabilizassem um amplo e versátil Governo de centro-esquerda?! Um ânus disforme a envergonhar Frankenstein, mas parece a derradeira esperança deste PS aflito por Poder! Quanto a Passos, deve dizer-se que não debita cassetes como Sócrates, não fala sob a velha crispação intolerante daquele, não grita para simular autoridade, não artificializa cisões por ser incapaz de federar, gerar confiança e dispor-se a servir com amor Portugal. Passos não tem qualquer estigma de incompetente como Sócrates tem, pretende revalidar e ver caucionado. É difícil, mas, para usar uma hipérbole, Hitler ainda pode perder largamente, ser rechaçado, apesar de muito mais circense e pomposo com os seus assessores, maquilhadores e massagistas, ele que nunca passou muito tempo no gabinete, mas preferiu seis anos de saltimbanco, trapaça politiqueira e homilia, vivendo da imagem e para a imagem. E não se pode servir dois senhores: ou se há-de servir a imagem abominável de um narciso louco ou se há-de servir a Portugal.

Comments

Anonymous said…
Concordo na analise a Passos..."Quanto a Passos, deve dizer-se que não debita cassetes como Sócrates, não fala sob a velha crispação intolerante daquele, não grita para simular autoridade, não artificializa cisões por ser incapaz de federar, gerar confiança e dispor-se a servir com amor Portugal.2... realmente ele não tem nada...
Joaquim Alves said…
Confesso a minha incapacidade para analisar debates em que entre o Louçã!

O homem irrita-me com a sua pose de "prima dona acima de qualquer suspeita"!

Um abraço
Primeiro dizer que, embora com estilos diametralmente opostos, considero que Passos e Sócrates representam o que de pior pode existir num político.
Incompetentes; nados e criados no clientelismo político das J's; sem qualquer desempenho profissional ou mesmo político que lhes confira um mínimo de credibilidade; arrogantes; egocêntricos e com evidentes tiques de autoritarismo ditatorial.

Se o corpo político nacional está hoje (não na totalidade, mas numa esmagadora maioria) com um verdadeiro aspecto de ETAR, então, Sócrates e Passos, são de facto aquela espuma de merda que vem ao cimo.

Não estranharia que o BE aceitasse uma coligação com o PS para formar governo, mas já me parece de todo improvável que o mesmo suceda com o PCP.
floribundus said…
cassete pirata 1 - Passos 2
Anonymous said…
1. As SCUT começaram mal e ameaçam acabar muito pior. Governo socialista idealizou-as como "as auto-estradas que se pagam a si próprias". À época, muitos denunciaram a fantasia. Os socialistas, designadamente os ex-ministros João Cravinho e Jorge Coelho (nunca se esqueçam!), juravam que não: tudo estava planeado e as vozes que requeriam mais ponderação e cautela não passavam, dizia-se, de incertezas colocadas por quem não tinha imaginação para mais. Quando Guterres fugiu e nasceu o Governo de coligação PSD/CDS, fizeram-se finalmente as contas e percebeu-se a inevitabilidade das portagens como esforço de compensação para o negócio ruinoso para o Estado que os socialistas tinham engendrado.

Algum tempo depois, um outro Governo socialista chegou. Voltou a prometer a gratuitidade - muitos acreditaram e a vida das empresas e das pessoas daquelas regiões servidas pelas SCUT foram-se compondo ao seu redor.

2. Depois, Sócrates fez o que mais o notabiliza: alegremente, pontapeou essa promessa eleitoral. Sem pestanejar, repetiu tudo aquilo que parte da Oposição dizia desde o início e afirmou a urgência das portagens.

Os consórcios privados cedo perceberam que o fluxo de trânsito iria diminuir após a introdução das portagens. De imediato, quiseram a renegociação da fórmula de pagamento que era baseada, precisamente, no número de viaturas que transitavam nessas vias. E, pasme-se, conseguiram todos os seus intentos - até os devem ter superado. Obedientemente, o Estado socialista renegociou o que as empresas queriam e como estas desejavam: a base da compensação às empresas (rentabilidade) passou a ser um conceito indeterminado, poeticamente denominado de "disponibilidade". A partir desse funesto momento, o fluxo de veículos nas SCUT era indiferente para os consórcios - estes, recebiam "rentabilidades" desmesuradas em qualquer situação.

3. O resultado foi desastroso. De acordo com uma auditoria preliminar do Tribunal de Contas (TC), realizada graças a uma réstia de vergonha que ainda consegue subsistir por aqueles lados, e cujos resultados provisórios terão escapado para os jornais antes do tempo politicamente aprazado, os consórcios privados ficaram a ganhar (e o Estado a perder) 58 vezes mais com a renegociação do novo modelo de pagamento a pretexto da introdução das portagens. Se as notícias agora conhecidas se vierem a confirmar, a retribuição que o Estado terá de ofertar aos privados terá crescido 10 mil milhões de euros...

4. Quando as portagens surgiram, quiseram convencer-nos de que se tratava de um esforço imprescindível para ajudarmos o país a sair do buraco onde tinha sido enfiado pelos maus governos que nos têm assolado. Afinal, afundámo-nos ainda mais.

Já vi realizarem-se maus negócios mas nada que se assemelhasse a isto. Caso esta auditoria do TC seja autêntica, o desnível entre a inteligência dos privados e a gritante obtusidade dos negociadores do Governo é excessivo e suspeito: tudo indica que se trata de uma vigarice legal.

O processo das SCUT revela que a incompetência deste Governo está muito para além da redenção. E constituirá um exercício de cidadania ficarmos atentos, nos próximos anos, aos destinos profissionais daqueles governantes, pretensos defensores do interesse comum, que participaram nesta marosca deplorável.

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