DA SUBMERSÃO NA LAMA DE DUARTE LIMA

Que havemos de fazer, Duarte Lima está na ordem do dia. Lê-se na Sábado sobre a figura. Saber tudo sobre ele ajudará certamente a vender revistas, jornais e a passar folhetos e a história triste e heróico-trágica da sua vida fará as delícias dos argumentistas. Não nos interessa. O Cavaquismo finou-se e não pode ser redutível nem a Duarte Lima nem a Dias Loureiro nem a Oliveira e Costa. De Duarte Lima não serve de nada saber que foi órfão de pai aos 11 anos e ajudava a mãe a vender peixe em Miranda do Douro ou que aos 56 anos se tornou um homem fabulosamente rico. Para que nos servirá saber dos seus jantares impressionantes, dos seus convidados, Manuel Maria Carrilho, Ricardo Salgado, João Rendeiro, Horácio Roque, Adriano Moreira e José Sócrates?! O que ganharemos por sabermos da sua vida na Universidade Católica, da bolsa que o isentou das propinas?! Quantos e quantos como ele, foram ignorados pelos colegas por ser pobre, mal vestido e proveniente da província?! Importa para os factos escrutinados que o envolvem no crime 'brasileiro' saber que nos anos 1980-90 foi das poucas pessoas a quem Cavaco atendia o telefone a qualquer hora ou como a leucemia o afastou dos cargos políticos?! Enquanto principal suspeito do assassinato de Rosalina Ribeiro, Duarte Lima parece liquidado à partida, mas se há lama e esterqueira nas personagens pardas ou luzentes do PSD, epítomes de um tempo morto e falso, não cabe aos reles apaniguados do socratismo arrolar na mesma lama e no mesmo lixo em que se especializaram figuras da vida pública e activa, como Cavaco. Não se salva um percurso medonho, chico-esperto e abominável, como o de Sócrates, arrojando o inimigo/adversário político Cavaco num oceano de suspeições maliciosas apenas pelas más companhias de que se cercou. Ténias do bem comer e do bem viver, gordos e sórdidos, graças à generosidade socratista que os cevou, haveria um módico de contenção e pudor nessas vozes prodigiosas do fútil, da glória gastronómica ou do luxo estúpido e frouxo. Há limites para se rastejar entre o desumano e o pseudo-intelectualismo panasca.

Comments

JFrade said…
Os socialistas, todos os socialistas, principalmente os socretinos, neste caso, deviam assobiar para o lado e disfarçar. Então no tema "Madeira" nem assobiar deviam. Se tivessem um pingo (um pequeno salpico) de vergonha ignoravam o défice, as aldrabices, as desculpas esfarrapadas do Jardim e falavam, sei lá, por exemplo, do candente problema da influência da caspa na cultura da batata. De défice é que nunca! Partido que teve um Sócrates seis anos a arruinar o país não pode nem deve (devia!) atirar pedras com os telhados de vidro que tem.

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