UMA PRESSÃO CHAMADA ODETE


Odete, como nome metafórico para a pressão, foi ao calhas e foi de mestre. O que importa é reter o que o Jorge refere e a seguir transcrevo. Não costumo discordar dele e não discordo também desta vez. Considero que Vítor Pereira recebeu uma herança pesada e inesperada para si. Nele residia uma promessa natural de continuidade já que participara nas conquistas 2010/2011, mas o que sabemos é que já perdeu o balneário e nos perdeu a nós, adeptos e sócios. Não basta a boa escola, as boas práticas e os bom métodos, os melhores mestres. Importa o carisma, o carácter forte e determinado, a inteligência lúcida e pronta, a capacidade de galvanizar, o discurso motivador. O Vítor não tem nada disto. Qualquer mister que lhe suceda deverá ter em linha de conta uma ponderação profunda, coisa que a saída imprevista de AVB simplesmente não permitiu. Mas vale a pena ler a totalidade do post: «A pressão é uma meretriz. [...] É difícil de lidar com ela, como uma amante exigente ou um filho desgovernado, e só os muito fortes a conseguem olhar nos olhos e dizer: “Hoje não. Hoje quem manda sou eu e não me vais mandar abaixo. Nem que me rasgue todinho, hoje eu é que fico por cima, ouviste, Odete?”. [...] Odete pareceu-me um bom nome. Adiante. Vitor Pereira está neste momento a meio da escada para o fosso. Com um arranque de temporada abaixo das expectativas criadas pelo próprio clube, gerindo o maior orçamento da nossa história e pegando numa equipa que jogava bom futebol, dominava a relva em Portugal e no estrangeiro, o inexplicável afundamento está à vista de todos e não podemos negar que a fase que atravessamos é complicada. A gestão destes momentos é crucial e o futuro próximo é difícil de prever, mas há no entanto que tentar perceber como é que se chegou a este ponto que não sendo irreversível começa a ganhar contornos de pré-catástrofe na cabeça dos adeptos e da comunicação social, sequiosa por sangue como um vampiro a fazer dieta de pescoços carnudos.» Jorge

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