A BELEZA DA LIGA

Jesus continua a ser, quanto a mim, o melhor treinador a actuar em Portugal. É de génio manter as coisas ao rubro ao ponto de permitir a queda do SLB na tabela classificativa ou por gestão do plantel, na tentativa de sacar o máximo rendimento de alguns jogadores contra o FC Porto e o Zenite, ou por puro afrouxamento exibicional do ritmo habitualmente alucinante. Se acontecer que o meu FC Porto iguale hoje pontualmente o Benfica, nem isso poderá intranquilizar Jesus: com Vítor Pereira, os clássicos perdem-se ou empatam-se, depois de se ter estado a ganhar. Com Vítor Pereira, começa-se bem e acaba-se mal. Há inscrito no discurso errático do Vítor uma enorme palavra: Quase! Isto para já não falar nos já diagnosticados erros de paralaxe! Ponhamos a hipótese de o FC Porto ser campeão esta época: não terá merecido. Seria um completo milagre, não passaria de excepção que confirma a regra, este ano, de ineficácia total e motivação deficitária. Não tem havido liderança entre os dragões. Jesus, pelo contrário, forma jogadores, organiza equipas que enrolam as demais em compressas, o rolo compressor, galvaniza-se e começa a falar nas notas artísticas, quando deveria ser pragmático e falar somente dos pontos. Incha nas conferências de imprensa quando as coisas correm francamente bem e depois, por factos imponderáveis e traiçoeiros, transforma-se, humilda-se, por ter ficado à mercê e deixado o SLB à mercê. E eis-nos aqui. À beira de uma viragem na Liga, há quem diga que por culpa das opções de Jesus. Acho injusto. No FC Porto, Jesus teria imensos títulos e o de este ano jamais lhe escaparia.

Comments

Miguel said…
«Quase». De facto, essa é a palavra certa para Vítor Pereira. Quase que subiu duas vezes com o Espinho e quase que subiu por duas vezes com o Santa Clara. Falta-lhe algo para ser um grande treinador, mas isso não invalida que possa ser campeão. Vamos ver como corre na sexta-feira.

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