PASSOS IMPLACÁVEL E À PROVA DE VAIA

Há uma coisa que Passos tem e não sei se será inteiramente bom ou mau para efeitos de bem comum, pois o ano ainda não terminou e os resultados económico-financeiros da tesourada orçamental ainda se não mostraram na sua plenitude ou catastrófica ou redentora: é teimoso, é sorna e sobretudo implacável. Há muito decidira que o funcionalismo público teria de ser podado como se fosse uma excrescência e uma anomalia, e que essa poda teria de ser radical, a desossar. Eu, que votei nele, estava à espera que a grande anomalia monstruosa da corrupção política, dos negócios ruinosos para o Estado, seriam, eles sim, atacados sem dó nem piedade, numa pressão permanente horizontal-dele e vertical-nossa, dos media. Fui estúpido. Sou uma besta. Irremediavelmente ingénuo com estes gajos do sistema político português, que é uma nódoa traiçoeira e vil, a começar no Partido-Merda [PS] e a terminar no Partido-Frouxo [PSD]. Sustentar a tocha política, aliás tição político, Relvas, por exemplo, parece mais importante que garantir/conservar o trabalho e condições dignas para docentes. Estava escrito, desde o tango, desde a impressionante complacência com o sumo cretino parisiense que o antecedeu, que eu e outros milhares é que estávamos a mais e seriam as nossas cabeças a rolar em nome de uma sustentabilidade qualquer, irmã certamente do Poio Ortográfico, das Auto-Estradas Excedentes e Redundantes ou da Barragem Obscena do Tua. Eis-nos, professores, novamente e ainda mais à mercê de experimentarmos o olho da rua, a porta escancarada da emigração para a miragem PALOP, após mais de meia década a lixar-nos a cabeça, legiferando sem descanso, trocando os passos e as voltas a quem trabalha no Ensino, batalha surda entre a Corporação Políticos e a Profissão Docente. Passos não perdoa. Para ele, estreleja a zona de conforto. Para nós, crepita o custe o que custar. E está visto que mais vaia menos vaia, o nosso destino está traçado. Há quem diga que o dele e o do seu Governo também. 

Comments

Popular Posts