DO DESPRESTÍGIO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

A Crise aberta pelo descontrolo da dívida pública foi uma bênção que deixou ao léu todas as outras crises disfarçadas no Regime Cleptocrático Português. Uma delas é a crise da Presidência da República. Vemos que para um Presidente se sentir confortável, sossegado e imune à crítica, ou sossega os partidos à Esquerda ou sossega os partidos à Direita. Para sossegar e ganhar uns aplausos cínicos das forças à Esquerda basta vir falar a destempo e a contra-corrente do Governo. Mandar abaixo o Governo, isso é uma conversa muito delicada que envolve, por alguma razão, exclusivamente gente pouco recomendável e nada exemplar como Mário Soares, a Tribo dos Socráticos, o PCP, BE, e uma data de personalidades ligadas à cultura se o Estado a financia. Uma rápida sondagem de rua permite ver que só uma gente que enriqueceu a opinar favoravelmente à sorrateira socratice vê com olhos tranquilos que se dissolva o Parlamento, o poder mais pernicioso e abusivo de um Presidente. Se é essa a bomba atómica do Regime tal como está, a História do Século XX provou que se há coisa que em caso nenhum se usa é precisamente uma bomba atómica. Podemos arengar que, por exemplo, este Orçamento 2013 desrespeita fundamentos básicos da Constituição, a equidade, a proporcionalidade, a justiça, mas nunca será de mais insistir neste ponto singelo: a partir do momento em que um País com um palmo de brio se permite auxiliar externamente, abrem-se todos os precedentes pela urgência natural de nos pormos a salvo de danos maiores. Um Estado, para salvar o coiro, terá forçosamente, em tempo de guerra, de pôr entre parênteses preciosidades e berloques como aqueles que norteiam a nossa vida cívica em tempos normais. Nesta matéria, o Presidente, qualquer Presidente, é uma figura abaixo das pressões que sobre ele exercem. Conforme vemos, gente muito mal comportada no plano da promiscuidade Estado-Amigos dos Partidos. Mesmo o Tribunal Constitucional, se é invocável e convocável para certificar que a Lei Fundamental, a Constituição da República Portuguesa, é obedecida, outros valores mais altos se alevantam: nada protegeu o Povo dos mais criminosos e rapaces dos Políticos? Por que nos há-de proteger da profunda e tirânica injustiça de um orçamento em tempos de aflição?! Vivemos como comunidade e indivíduos os efeitos da iniquidade do Regime em vigor. As suas instituições pactuam com o latrocínio dos políticos que por dolo, avidez pessoal e crassa incompetência condenaram milhões de portugueses a Orçamentos de Saque. Foram anos de comissões acumuladas por mais uma PPP rodoviária, por mais um luxo em fim de festa. Está tudo distorcido. Este Presidente da República, honra lhe seja, activou tardiamente a evacuação de um Governo Criminoso que geriu as contas públicas como se gere uma carroça. Agora pode bem usar o Facebook e o seu esfíngico silêncio para não atrapalhar o árduo trabalho por credibilizar o Estado Português. Não pode nem deve enviar o Orçamento para o Tribunal Constitucional, coisa que só gente calçada de euros, com a sua vida recheada dos euros de opinar favoravelmente ladrões poderá defender. Não falta por aí opinadores que andam com a caramunha das demissões, dos escândalos e dos 'ai meu deus', quando levaram ao colo crápulas da pior espécie disfarçados de políticos. Não há pudor? Não há opinião: Galambas, Câncios, Nicolaus Santos estão para a fiabilidade e a credibilidade opinativa como as lamas putrescentes das ETAR estão para a água potável. Os Presidentes da República são figuras menores no Estado Português: têm medo de ladrões que, depois de malfeitorias mil, se refugiam em Paris e nenhum media viola o assobiar para o lado. Têm medo dos apupos e das assuadas nas ruas do País. Estão temporariamente num papel desconfortável e, está visto, a História e as suas exigências estão muito acima do que simbolicamente tenham a desempenhar: nós não gostamos de aprendizes na Presidência da República, queremos estabilidade e tarimba de décadas na chefia do Estado. A Presidência da República em Portugal é o lugar do morto do Regime: não se forjam estadistas em trinta ou quarenta anos. Seja quem for, faça o que fizer, omita o que omitir, falha. Vêm dos partidos, vêm do comissionismo reles da política, como é que se pode confiar neles?!

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